quarta-feira, 23 de abril de 2008

Aventura em uma moto

4500 km numa moto

Saímos de Lorena no dia da mentira, 1 de abril, para trabalharmos na corrida de aventura Brasil Wild Extreme – A corrida das fronteiras, uma das maiores provas de corrida de aventura que o país já teve. Foram cerca de 540 quilômetros, passando por incríveis paisagens de quatro estados: Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Andamos neste dia 773 km até Guarapari – ES, onde chegamos às 19 h e passamos a noite.
No segundo dia, 2 de abril, rodamos 715 km e dormimos em Paraíso – BA.
No terceiro dia, 3 de abril, após um abastecimento de gasolina “batizada”, sofremos um pequeno atraso, pois foi necessário parar em Feira de Santana – BA para consertar a moto que ficou com o carburador sujo. Destacamos o atendimento da concessionária Honda Motopel de Feira de Santana que rapidamente nos atendeu e resolveu o problema da moto. Dormimos em Serrinha – BA, após 568 km rodados.
No quarto dia, 4 de abril, chegamos finalmente em Paulo Afonso – BA, após 313 km rodados.
De Lorena a Paulo Afonso, foram 2369 km rodados pela BR 101.
Do dia 4 ao dia 6 de abril ficamos em Paulo Afonso, onde trabalhamos na entrega de kit dos atletas e recebimento das bikes e caixas dos atletas, que seriam transportados pelo Exército até as áreas de transição da prova.
No dia 7 estivemos na largada da prova na barragem da Chesf em Paulo Afonso e nos dirigimos para Água Branca – AL, onde estava localizado o PC 04. Ficamos por lá até o dia 10 gerenciando a transição de trekking para bike. Fechamos este PC às 7 horas e partimos para Vila de Caraibeiras – PE, a terra das redes, aquelas que são vendidas nas praias do sudeste.
Como em Vila de Caraibeiras o PC estava funcionando muito bem fomos para o Raso da Catarina – BA, onde estava localizado o trecho mais “casca grossa” da prova. Este trecho de 50 km de trekking foi o maior perrengue para as equipes que chegaram até aqui sem corte, pois é considerado um dos locais mais inadequados para o ser humano graças ao calor e falta de condições de acesso e resgate.
Como estávamos no Raso da Catarina, conhecemos dois jeepeiros do Jeep Clube de Paulo Afonso e fomos de jeep conhecer o interior do Raso. Fomos até a Baixa do Chico, onde conhecemos o Cacique Lino, da tribo indígena dos Pankanarés. Esta região da caatinga foi muito importante na história do cangaço, pois serviu de abrigo e esconderijo para Lampião, Maria Bonita e seu bando.
Do Raso da Catarina voltamos para Paulo Afonso no dia 12, onde foi realizada a premiação da prova.
Dia 13, saímos após o almoço e foi aí que começou a “zebra” da viagem. Foram 4 furos no pneu traseiro, 3 câmaras de ar e um pneu trocado. Rodamos neste dia 128 km e dormimos em Jeremoabo - BA, pois atrasamos para consertar o pneu da moto.
Dia 14, rodamos 470 km e dormimos em Jaguaquara – BA, pois novamente atrasamos por conta de outro furo no pneu.
Dia 15, dormimos em Governador Valadares – MG, com 718 km rodados.
Dia 16, chegamos em Lorena, depois de rodar 696 km.
De Paulo Afonso a Lorena, foram 2012 km rodados pela BR 116.
Rodamos em 16 dias, 4500 km, passando por incríveis paisagens de seis estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Minas Gerais. Nesta aventura tivemos além do pneu e do carburador sujo, um retentor estourado que acabou elevando o consumo de óleo, pois resolvemos deixar para consertar este problema em Lorena.
Esta viagem, que fica fora do circuito turístico comercial, serviu para nos mostrar que nos mais remotos lugares deste país, existem pessoas que são ricas em generosidade e receptividade. São pessoas sofridas e castigadas pela seca e que muitas vezes dividem o pouco que têm com as pessoas que visitam a região. São atitudes que nos fazem refletir que ainda hoje existem pessoas tão especiais.

Números da viagem :
Gasolina : 224,03 litros – R$ 581,09
Óleo : 7 litros – R$ 75,00
Pedágio : R$ 9,55 (3)
Almoço : R$ 68,50 (6)
Lanche : R$ 48,00 (6)
Pousada : R$ 180,00 (5)
Pilhas GPS : R$ 37,85 (12)
Pneu traseiro : R$ 130,00 (1)
Câmara de ar : R$ 75,00 (3)
Borracheiro : R$ 26,00 (3)

PS : Do dia 4 a 12 de abril as refeições foram oferecidas pelas prefeituras onde os PCs estavam localizados.

Fotos

Um comentário:

Nossa História disse...

Apesar de conhecer bem essa história, nunca tinha lido. Muito legal e quanta coragem para viver tudo isso...