terça-feira, 17 de julho de 2007

Trip MTB Pedal Adventure - Nova Gokula

Trip MTB Pedal Adventure
Nova Gokula
Pindamonhangaba


Esta trip de bike é pra mostrar mais encantos do Vale do Paraíba e desta vez o percurso escolhido é a Fazenda Nova Gokula – comunidade Hare Krishna na cidade de Pindamonhangaba.
Acordo às 6 horas e o tempo não está muito animador, o que tenho certeza mais tarde quando a chuva me pega no caminho. Saio de casa pela Via Dutra até Guaratinguetá, onde continuo a pedalada até Aparecida sem passar pela Dutra. De Aparecida sigo pelo Caminho da Fé até Pindamonhangaba. Chegando em Pinda, depois de 43 km de pedal, cai um temporal e sou obrigado a dar uma paradinha em um posto de gasolina por 1 hora até a chuva passar.
Com um tempo ainda estranho parto em direção ao Ribeirão Grande, zona rural de Pinda, onde está localizada a Fazenda Nova Gokula, distante 72 km de casa.
Neste momento o tempo me deixa animado, pois o sol, mesmo que timidamente, aparece.
O asfalto acaba numa pequena estrada de terra. À medida que a bike avança, uma cúpula alaranjada toma forma. “Fazenda Nova Gokula”, saúda o letreiro. É quando o queixo cai : a cúpula é, na verdade, a parte mais alta de um imenso templo oriental, daqueles que só se vê em documentários na TV. Ao redor, todo o esplendor da Serra da Mantiqueira, uma visão quase surreal em 360 graus de verdes escarpas rabiscadas por filetes brancos que, à distância, escondem a verdadeira dimensão dessas cachoeiras. No ponto mais elevador da cordilheira ergue-se, majestoso o Pico do Itapeva, cartão postal de Campos do Jordão acessível através de uma trilha dos arredores da fazenda. A imaginação é cortada pela aproximação do recepcionista, que, vestindo bata laranja, junta as mãos, abaixa a cabeça e sorri. “Hari Bol”, diz, com simpatia contagiante. A partir daí, deixe o preconceito de lado: conhecer – sem se envolver – a cultura Hare Krishna é tão parte da aventura quanto explorar esse arrebatador santuário de paisagens deslumbrantes, rios cristalinos e trilhas semivirgens.
Fundado a 32 anos nos arredores de Pindamonhangaba, Nova Gokula ( em sânscrito, “lugar onde as vacas são protegidas”) é a comunidade-sede da filosofia Hare Krishna no Brasil. Visitantes de qualquer credo são muitíssimo bens-vindos, desde que obedeçam regras simples como não fumar em público, não ingerir bebidas alcoólicas nem comer carne. Acredite: “o sacrifício” vale a pena. Que fique bem claro, ninguém, em momento algum, vem com pregações ou qualquer tentativa de conversão religiosa.
Numa visão aérea, a fazenda obedece o desenho de uma flor de lótus, onde o templo, no centro, é o botão, e as montanhas que o cercam, as pétalas – todos os caminhos partem do templo e a ele convergem. Regra número um: não se envergonhe de nunca lembrar o nome ( Guiridhari, Mukti, Vraja, etc ) de seus novos amigos – eles entenderão perfeitamente sua dificuldade. Também não estranhe se eles cantarolarem mantras baixinho na sua presença – faz parte de sua devoção. Regra dois: acostume-se a ser chamado de “Prabhu” ( para os homens ) ou “Mata-gi” ( mulheres ), expressões aplicadas a visitantes de qualquer faixa etária. Por fim, acostume-se também à espantosa quantidade de inofensivos pavões – sim pavões – espalhando suas multicoloridas plumagens até onde a vista alcança. Assim como os elefantes, vacas e macacos, eles simbolizam a cultura Krishna.
FILOSOFIA HARE KRISHNA – Simplificar a vida material e incrementar a espiritual: essa é a essência da filosofia Hare ( “Energia” ) Krishna ( “Deus” ), uma cultura que, além da religião, envolve aspectos como culinária, música e teatro. Assim com Jesus em Jerusalém, Krishna apareceu na Índia há 5 mil anos como a suprema personalidade de Deus. De seus ensinamentos emergiu o Bhagavad-Gitâ, (“A Canção de Deus”), a sagrada escritura do país. Como movimento filosófico, o Hare Krishna teve início em 1965, quando Srila Prabhuphâda, aos 69 anos, imigrou dos Estados Unidos para levar a consciência de Krishna a todos os países de língua inglesa. Srila Prabhuphâda abandonou seu corpo em 1977, mas ainda hoje todo devoto de Krishna é seu discípulo.
O tempo ainda surpreende e manda um outro temporal e desta vez não tem como esconder, tomo uma chuva que gela até a alma e decido que está na hora de voltar. Mas resolvo tomar um outro caminho, ao contrário da vinda que o percurso foi feito todo por asfalto, decido voltar por estradas vicinais. Enfrento 15 km de pedal debaixo de chuva e por estradas de terra com muito barro e pedras soltas, mas acabo economizando por volta de 20 km de pedal.
Depois 124 km de pedal chego em casa e depois de um banho quente posso finalmente descansar e esperar pela próxima aventura.

Veja as fotos : http://picasaweb.google.com.br/pedaloffroad/TripMTBPedalAdventureNovaGokula

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